Neste domingo (23) foi ao ar a entrevista de David Luiz para o Esporte Espetacular, na Rede Globo. E, agora mesmo o site oficial da Globo postou um artigo resumindo a entrevista e também de trechos/perguntas que não foram ao ar. Confira:
David Luiz chegou ao Paris Saint-Germain tem três meses. De lá para cá, ainda não conseguiu encontrar um porto seguro na capital francesa, diz que está difícil. Mora em um belo hotel próximo ao Arco do Triunfo. Mas se ainda não encontrou residência fixa, já sente-se em casa pelo carinho que recebe de centenas de franceses. Em uma rápida caminhada até um dos monumentos mais imponentes de Paris, o jogador era parado a todo instante para uma foto ou um autógrafo. Até militares armados que cuidavam da segurança do local acenaram para o jogador da seleção brasileira com um sorriso no rosto.
Mas não é a falta de um endereço que preocupa o zagueiro nesse início de sua passagem pelo PSG. Além de manter as boas atuações, um problema que vai muito além das quatro linhas e afeta milhões de pessoas no mundo tira o sono de David Luiz: a calvície. É isso mesmo. Em entrevista ao GloboEsporte.com e ao Esporte Espetacular, o zagueiro admitiu que os cabelos estão ficando mais ralos. E justamente para evitar que sua marca registrada fique pelo caminho, o jogador já encontrou uma solução com o médico tricologista Luciano Barsanti.
David Luiz: Vi uma vez. Sabia o que eu estava sentindo, o que eu sinto hoje. Sei o que eu tenho no meu coração. Não tinha como pensar ali no que falar. De certo modo tentar fugir daquilo que você sentia e do que você tinha no coração. O meu sentimento foi expressado ali e sei exatamente o que eu falei, o que eu senti e o que eu estava sentindo naquele momento.
Por essas e outras, quando eu fecho os olhos, penso em agradecer pelo fato de ter conquistado esse respeito da minha gente, por ter feito a minha história no país. Isso é muito valioso para mim, receber esse carinho, ter uma afinidade com o público. Não só como jogador, mas como pessoa, o homem, conhecer o meu caráter, a forma como eu penso a vida, a forma como eu sou. Por essas e outras que eu vejo esse ano como um ano de vitórias. Aconteceu muita coisa boa para a minha vida. O que eu espero é manter isso tudo para o futuro. O legado que você deixa como ser humano é definitivo.
Tudo o que o treinador fala é válido para você. Ele é o chefe, é ele que vai mandar, ele que tem as regras, ele que vai definir a forma que vai trabalhar. Quem seguir aquelas regras vai ter êxito. Foi com o Felipão, com o Mano e, agora, com o Dunga. Sempre quis ouvir o que os experientes tinham a dizer. São mais experientes do que eu, sabem mais do que eu e vão me ensinar muita coisa. O Dunga nunca disse que era para mim que ele falou aquilo. Concordei com ele. O Dunga é o treinador da Seleção e vai precisar montar o time. Se forem coisas que não prejudiquem o trabalho de ajudar com o futebol, elas são bem-vindas. Se começa a atrapalhar e não funcionar, você precisa trabalhar junto. Foi muito bom, de certo modo, esse aviso para todos. Gosto de ouvir sempre. Você tem dois ouvidos e uma boca e se você estiver disposto a ouvir, você vai ouvir. Agora eu o conheço, sei a forma que ele trabalha e estou muito feliz.
Estou muito feliz aqui. Fiz a escolha certa para a minha carreira. País bacana, cidade fenomenal. Dei sorte até nisso. Morei em Lisboa, Londres e agora aqui. O campeonato é diferente da Premier League. A intensidade lá é maior. Logo depois da Copa eu fui acolhido da melhor maneira. Muitos me ajudaram. Uns preferiram tocar no assunto (derrota na Copa), outros não. Estou totalmente adaptado, mas sem casa ainda. Já vi inúmeras casas, mas não senti ainda que um dos locais que eu vi será a minha casa nos próximos anos.
O Thiago Silva é um dos grandes jogadores, uma grande pessoa. Voltou para a Seleção após estar machucado. É um grande zagueiro, assim como o Miranda, o Gil, o Marquinhos e muitos outros zagueiros que atuam no Brasil. É novo ciclo, com um novo treinador e se quiser jogar vai ter que batalhar dentro de campo para mostrar que tem chance de estar jogando. Todos sabem que terão que lutar.
A faixa é só mais um adereço. Tem que ter a sua forma de liderar, independentemente do que você faz. Foi um gesto bonito ainda mais pelo que estava acontecendo, pela turbulência. Gestos bonitos são sempre bem vindos na seleção brasileira.
Aquilo foi o que eu senti naquele momento. Não que eu seja um veterano, mas sabia que o que ele estava sentindo pelo fato de nascer em uma geração de ouro da Colômbia, que tinha um time muito forte, assim como foi na época do Rincón, do Valderrama, do Asprilla. O sonho dele, dentro da cabeça dele, sendo artilheiro da Copa, tinha acabado. Aconteceu tudo isso pela admiração que eu tinha por ele e pelo que ele vinha fazendo na Copa. Naquela competição, ele ganhou muito mais do que perdeu.
Tivemos o entendimento do que aconteceu. Mostramos que aquilo é passado. Todos já sentiram a dor que tinham que sentir. Não há espaço para lágrimas e tristeza. Temos que olhar para o horizonte e pensar que podemos chegar até ele. Todos que passaram pela Copa já tiveram o machucado cicatrizado e mostraram nos últimos jogos o que mais sabem fazer: jogar futebol.
Começou da maneira mais natural. Sempre gostei mais de vídeo do que de foto. Vi que eu ficava estranho em foto e disfarçava a feiura com a careta. As pessoas tiravam fotos e no Chelsea começou aquela onda do “Geezer” (como os torcedores do Chelsea passaram a chamá-lo nos primeiros meses na Inglaterra). Foi a primeira frase que eu aprendi com um motorista nosso. Perguntei para ele como falava mano, “brother” (irmão), em inglês. E ele disse que era “Geezer”. Aí o pessoal começou a brincar com a palavra. Mas é muito mais para esconder as fotos e porque eu não gosto de ficar sério.
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